sexta-feira, novembro 30, 2007

Trends Inspiration

Cada vez mais a procura de novos conceitos e ideias inovadoras assume prioridade nas estratégias empresariais.

Mais do que inspiração, orientar a nossa estratégia para o futuro requer muita pesquisa, investimento e tratamento de informação, estando sempre atento às oportunidades e aos pequenos (e grandes) sinais que a sociedade e o mundo global vão dando.

Aqui ficam alguns links para sites e blogs onde as Tendências são o mote e que servem de inspiração a quem, como eu, procura fazer diferente porque acredita que o modelo actual está esgotado.

. Black is Back - www.black-is-back.blogspot.com

. Buenos Aires Spotting - www.baspotting.blogspot.com

. Choose a Royal - www.choosearoyal.blogspot.com

. Cool Hunter - www.thecoolhunter.net

. Cool Hunter Brasil - www.coolhunter.blogspot.com

. Cool Hunting - www.coolhunting.com

. Design Addict - www.designaddict.com

. Le Cool - www.lecool.com

. Media Cool Hunting - www.mediacoolhunting.com

. Not Cot - www.notcot.org

. PSFK - www.psfk.com

. Random Coolness - www.thngsofrandomcoolness.com

. Springwise - www.springwise.com

. Trend Hunter - www.trendhunter.com

. Trend Guide - www.trendguide.com

. Trend Watching - www.trendwatching.com

. O Anti Cool - www.theuncoolhunter.com

. Yron - www.yron.pt

Boas pesquisas e boas inspirações.

quinta-feira, novembro 22, 2007

O Verso e o Reverso de um país Empreendedor... Vale a pena ler ate ao fim.

Eduardo Prado Coelho – in PÚBLICO

Provavelmente terá sido uma das últimas crónicas senão a última. Vale a pena ler e guardar bem fundo...para...reler...reler....

A crença geral anterior era de que Santana Lopes não servia, bem como Cavaco, Durão e Guterres. Agora dizemos que Sócrates não serve. E o que vier depois de Sócrates também não servirá para nada. Por isso começo a suspeitar que o problema não está no trapalhão que foi Santana Lopes ou na farsa que é o Sócrates. O problema está em nós. Nós como povo.Nós como matéria-prima de um país. Porque pertenço a um país onde a ESPERTEZA é a moeda sempre valorizada, tanto ou mais o que o euro. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família baseada em valores e respeito aos demais. Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nos passeios onde se paga por ums ó jornal E SE TIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO-SE OS DEMAIS ONDE ESTÃO.

Pertenço ao país onde as EMPRESAS PRIVADAS são fornecedoras particulares dos seus empregados pouco honestos, que levam para casa, como se fosse correcto, folhas de papel, lápis, canetas, clips e tudo o que possa ser útil para os trabalhos de escola dos filhos... e para eles mesmos. Pertenço a um país onde as pessoas se sentem espertas porque conseguiram comprar um descodificador falso da TV Cabo, onde se frauda a declaração de IRS para não pagar ou pagar menos impostos. Pertenço a um país onde a falta de pontualidade é um hábito. Onde os directores das empresas não valorizam o capital humano. Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos. Onde pessoas se queixam que a luz e a água são serviços caros. Onde não existe a cultura pela leitura (onde os nossos jovens dizem que é"muito chato ter que ler") e não há consciência nem memória política,h istórica nem económica. Onde os nossos políticos trabalham dois dias por semana para aprovar projectos e leis que só servem para caçar os pobres, arreliar a classe média e beneficiar a alguns. Pertenço a um país onde as cartas de condução e as declarações médicas podem ser "compradas", sem se fazer qualquer exame. Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no autocarro, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não dar-lhe o lugar. Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o peão. Um país onde fazemos muitas coisas erradas, mas estamos sempre a criticar os nossos governantes. Quanto mais analiso os defeitos de Santana Lopes e de Sócrates, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem corrompi um guarda de trânsito para não ser multado. Quanto mais digo o quanto o Cavaco é culpado, melhor sou eu como português, apesar de que ainda hoje pela manhã explorei um cliente que confiava em mim, o que me ajudou a pagar algumas dívidas. Não. Não. Não. Já basta. Como "matéria-prima" de um país, temos muitas coisas boas, mas falta muito para sermos os homens e as mulheres que nosso país precisa. Esses defeitos, essa "CHICO-ESPERTERTICE PORTUGUESA" congénita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos escandalosos na política, essa falta de qualidade humana, mais do que Santana, Guterres, Cavaco ou Sócrates, é que é real e honestamente ruim, porque todos eles são portugueses como nós, ELEITOS POR NÓS. Nascidos aqui, não em outra parte...

Fico triste. Porque, ainda que Sócrates fosse embora hoje mesmo, o próximo que o suceder terá que continuar trabalhando com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos. E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá. Nem serviu Santana, nem serviu Guterres, não serviu Cavaco, e nem serve Sócrates, nem servirá o que vier.

Qual é a alternativa? Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror? Aqui faz falta outra coisa. E enquanto essa "outra coisa" não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados....igualmenteabusados! É muito bom ser português. Mas quando essa Portugalidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, então tudo muda. Não esperemos acender uma vela a todos os santos, a ver se nos mandam um Messias. Nós temos que mudar. Um novo governante com os mesmos portugueses nada poderá fazer. Está muito claro... Somos nós que temos que mudar. Sim,c reio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda a nos acontecer: desculpamos a mediocridade de programas de televisão nefastos e francamente tolerantes com o fracasso. É a indústria da desculpa e da estupidez. Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o responsável, não para castigá-lo, senão para exigir-lhe (sim, exigir-lhe) que melhore seu comportamento e que não se faça de mouco, de desentendido.

Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO EM OUTRO LADO. E você, o que pensa?.... MEDITE! EDUARDO PRADO COELHO

Nicolau Santos, Director - adjunto do Jornal Expresso, In Revista Exportar

Eu conheço um país que tem uma das mais baixas taxas de mortalidade mundial de recém-nascidos, melhor que a média da UE. Eu conheço um país onde tem sede uma empresa que é líder mundial de tecnologia de transformadores.

Eu conheço um país que é líder mundial na produção de feltros para chapéus. Eu conheço um país que tem uma empresa que inventa jogos para telemóveis e os vende no exterior para dezenas de mercados.

Eu conheço um país que tem uma empresa que concebeu um sistema pelo qual você pode escolher, no seu telemóvel, a sala de cinema onde quer ir, o filme que quer ver e a cadeira onde se quer sentar. Eu conheço um país que tem uma empresa que inventou um sistema biométrico de pagamento nas bombas de gasolina.

Eu conheço um país que tem uma empresa que inventou uma bilha de gás muito leve que já ganhou prémios internacionais. Eu conheço um país que tem um dos melhores sistemas de Multibanco a nível mundial, permitindo operações inexistentes na Alemanha, Inglaterra ou Estados Unidos. Eu conheço um país que revolucionou o sistema financeiro e tem três Bancos nos cinco primeiros da Europa. Eu conheço um país que está muito avançado na investigação e produção de energia através das ondas do mar e do vento.

Eu conheço um país que tem uma empresa que analisa o ADN de plantas e animais e envia os resultados para os toda a EU. Eu conheço um país que desenvolveu sistemas de gestão inovadores de clientes e de stocks, dirigidos às PMES. Eu conheço um país que tem diversas empresas a trabalhar para a NASA e a Agência Espacial Europeia. Eu conheço um país que desenvolveu um sistema muito cómodo de passar nas portagens das auto-estradas.Eu conheço um país que inventou e produz um medicamento anti-epiléptico para o mercado mundial. Eu conheço um paìs que é líder mundial na produção de rolhas de cortiça.

Eu conheço um país que produz um vinho que em duas provas ibéricas superou vários dos melhores vinhos espanhóis. Eu conheço um país que inventou e desenvolveu o melhor sistema mundial de pagamento de pré-pagos para telemóveis. Eu conheço um país que construiu um conjunto de projectos hoteleiros de excelente qualidade um pelo Mundo. O leitor, possivelmente, não reconheceu neste país aquele em que vive…Portugal. Mas é verdade.

Tudo o que leu acima foi feito por empresas fundadas por portugueses,desenvolvidas por portugueses, dirigidas por portugueses, com sede em Portugal, que funcionam com técnicos e trabalhadores portugueses. Chamam -se, por ordem, Efacec, Fepsa, Ydreams, Mobycomp, GALP, SIBS, BPI, BCP, Totta, BES, CGD, Stab Vida, Altitude Software, Primavera Software, Critical Software, Out Systems, WeDo, Quinta do Monte d'Oiro, Brisa Space Services, Bial, Activespace Technologies, Deimos Engenharia, Lusospace, Skysoft, Portugal Telecom Inovação, Grupos Vila Galé, Amorim , Pestana, Porto Bay e BES Turismo.

Há ainda grandes empresas multinacionais instaladas no País, mas dirigidas por portugueses, com técnicos portugueses, de reconhecido sucesso junto das casas mãe, como a Siemens Portugal, Bosch, Vulcano, Alcatel, BP Portugal e a McDonalds (que desenvolveu e aperfeiçoou em Portugal um sistema que permite quantificar as refeições e tipo que são vendidas em cada e todos os estabelecimentos da cadeia em todo o mundo). É este o País de sucesso em que também vivemos, estatisticamente sempre na cauda da Europa, com péssimos índices na educação, e gravissimos problemas no ambiente e na saúde… do que se atrasou em relação à média UE…etc. Mas só falamos do País que está mal, daquele que não acompanhou o progresso. É tempo de mostrarmos ao mundo os nossos sucessos e nos orgulharmos disso.

terça-feira, novembro 20, 2007

A Vida Repleta de Coisas...

Dizem que todos os dias temos que comer: uma maçã para o ferro, e uma banana para o potássio.

Também uma laranja, para a vitamina C, meio melão para melhorar a digestão e uma chávena de chá verde sem açúcar, para prevenir a diabetes.
Todos os dias temos que beber dois litros de água. Todos os dias temos que tomar um Activia ou um iogurte para ter 'L. Cassei Defensis', que ninguém sabe exactamente que merda é que é, mas parece que se não ingeres um milhão e meio todos os dias, começas a ver toda a gente com uma grande diarreia ou presos dos intestinos.

Cada dia uma aspirina, para prevenir os enfartes, mais um copo de vinho tinto, para a mesma coisa. E outro de vinho branco, para o sistema nervoso. E um de cerveja, que já não me lembro para que era. Se os tomares todos juntos mesmo que te dê um derrame cerebral ali mesmo não te preocupes pois o mais certo é que nem te dês conta disso.

Todos os dias tens que comer fibras. Muita, muitíssima fibra, até que sejas capaz de defecar uma camisolona bem grossa. Tens que fazer quatro a seis refeições diárias, leves, sem te esqueceres de mastigar cem vezes cada garfada.

Ora, fazendo um pequeno cálculo, apenas a comer vão-se assim de repente umas cinco horitas. Ah, depois de cada refeição, deves escovar bem os dentes, ou seja: depois do Activia e da fibra os dentes, depois da maçã os dentes, depois da banana os dentes, e assim, enquanto tiveres dentes, sem te esqueceres nunca de passar o fio dental, massajador das gengivas e bochechar com PLAX...

Melhor, amplifica a casa de banho e põe a aparelhagem de música lá porque entre a água, a fibra e os dentes vais passar horas quase metade do dia ali dentro. Equipa-o também de jornais e revistas para te pores a par do que se passa enquanto sentado na sanita.

Temos que dormir oito horas e trabalhar outras oito mais as cinco que usamos a comer, faz vinte e uma. Restam três horas sempre que não surja algum imprevisto.

Segundo as estatísticas, vemos três horas de televisão diárias. Bem, já não podes porque todos os dias devemos caminhar pelo menos uma meia hora (dado por experiência: ao fim de 15 minutos regressa senão andas mas é uma hora!) E há que cuidar das amizades porque são como uma planta: temos que as regar diariamente. E quando vais de férias, também suponho senão as plantas morrem nas férias. Para além disso há que estar bem informado e ler pelo menos um dos jornais diários e outro de uma revista séria para comparar a informação. Ah! E temos que ter sexo todos os dias mas sem caír na rotina:temos que ser inovadores, criativos, renovar a sedução. Isso leva o seu tempo. E já nem estamos a falar do sexo tântrico!!( A respeito disso, relembro: depois de cada refeição temos que escovar os dentes!)

Também temos que arranjar tempo para a maquilhagem, a depilação/fazer a barba, varrer a casa, lavar a roupa, lavar os pratos e já nem digo, os que têm gatos, cães, pássaros e uma catrefada de filhos...

No total, a mim dá-me umas 29 horas diárias se nunca parares. A única possibilidade que me ocorre é fazer várias destas coisas ao mesmo tempo: por exemplo, tomas duche com água fria e com a boca aberta, e assim bebes logo os dois litros de água de uma vez. Enquanto sais do banho com a escova de dentes na boca, vais fazendo o amor, o sexo tântrico, parado, junto ao teu mais que tudo, que de passagem vê TV e te vai contando o que se passa, enquanto varres a casa.

Sobrou-te uma mão livre? Telefona aos teus amigos e aos teus pais! Bebe o vinho (depois de telefonares aos teus pais vai fazer-te falta!). O iogurte com a maçã pode dar-te o teu par enquanto ele come a banana com a Activia.

No dia seguinte troquem. E menos mal que já crescemos, porque senão tínhamos que engolir mais umas cerelacs e um Danoninho Extra Cálcio todos os santos dias.

Úuuuf! Mas se te restam 2 minutos, reenvia isto aos teus amigos (que temos que regar como as plantas) enquanto comes uma colherzinha deMuesli ou Al-Bran, que faz muito bem...E agora vou deixar-te porque entre o iogurte, o meio melão o primeiro litro de água e a terceira refeição do diajá não faço a mínima ideia o que é que estou a fazer porque preciso urgentemente de uma casa de banho. Ah, vou aproveitar e levo comigo a escova de dentes...

domingo, novembro 18, 2007

O que é isso de ser DINKY

São casais, sem serem casados. Não têm filhos nem sabem se querem ter. Independentes e individualistas, gostam de viajar e dedicam mais tempo aos amigos do que à família.
Em 2012 podem chegar a um quarto da população portuguesa.

Mafalda Bettencourt, 29 anos, já anda a contar os dias que faltam para a viagem quem vai fazer em Janeiro com os amigos. “Quinze dias no Rio de Janeiro, muito sol e muita praia.” Em Agosto, foi a vez de Rodrigo Pereira, 33 anos, o namorado com quem vive há um ano e meio, ir de férias, também com amigos, para a Nicarágua. “Gostamos muito um do outro mas somos independentes, não andamos sempre a reboque”, esclarece Mafalda. “Gostamos de jantar fora, ir ao cinema, beber um copo ao final da tarde e viajar juntos, mas também fazemos muitos programas em separado – eu com as minhas amigas, ele com os amigos dele.” Um exemplo; “Eu adoro ir para o ginásio, o Rodrigo vai para a praia fazer surf.” Ele acrescenta; “Com o nosso estilo de vida descontraído, independente e espontâneo, somos muitas vezes os heróis dos nossos amigos casados e com filhos.”

Mafalda e Rodrigo são o exemplo de uma tribo urbana: os dinkys. Uma expressão que vem do Inglês: DINKY quer dizer dual income no kids yet. São casais entre os 25 e 35 anos que vivem juntos, trabalham, são bem remunerados, não têm filhos e não querem ter, pelo menos para já.

Um estudo realizado este Verão pela agência de publicidade McCann-Erickson afirma que já há 980 mil casais portugueses com este perfil – quase 2 milhões de pessoas. Em 2010 poderão representar 25% da sociedade portuguesa.
Pedro Pessanha, autor do trabalho da McCann-Erickson, afirma que hoje é “possível encontrar dinkies em várias camadas da sociedade e várias profissões, embora sejam mais próprios nas grandes cidades”. Define-os assim: “Ganham bem, dão muita importância à carreira, gostam de comprar novas tecnologias, ir a bons restaurantes e ao ginásio, e ligam muito ao bem-estar físico e mental. Regra geral, distinguem-se por serem mais individualistas, independentes e focados no “eu” e no prazer.”


Daí não terem filhos. “Porque são sinónimo de perda de tempo para viajar, jantar fora, ir ao cinema, estar com os amigos…E representam um estilo de vida mais estável, que contraria o espírito dos dinkies.” Eles não querem sentir que assentaram, querem “continuar a idade da juventude”, diz o autor do estudo. “Por isso, a maioria prefere viver junto com alguém a casar e morar numa casa arrendada. É a filosofia do menor vínculo possível. A qualquer momento pode-se mudar de casa, de relação, de vida”, explica Pedro Pessanha.

Mário Silva, 32 anos, encaixa neste perfil. A viver há dois anos com a namorada, Sílvia Gonzalez, professora de espanhol, optou por morar numa casa alugada; “Não sei se vou querer viver sempre no mesmo espaço, na mesma cidade, no mesmo país. Assim tenho mais mobilidade.” A mobilidade, a aldeia global, o aparecimento da Internet e das low cost são aspectos que a socióloga Sofia Carmo aponta para explicar o aparecimento desta tribo urbana. “Nos Estados Unidos e em Inglaterra já existem dinkies há muito tempo. Em Portugal é um fenómeno mais recente”. De qualquer forma, “com a facilidade que as pessoas hoje têm de viajar, trocar correspondências e viver várias vidas, é complicado pedir-lhes para se vincularem muito cedo. O desejo de compromisso aparece cada vez mais tarde, a eterna juventude é cada vez mais incentivada: é sinónimo de beleza, de sucesso, de poder”. Pedro Pessanha conclui: “Antes havia os eternos Peter Pans. Agora há os dinkies.”

Mas não se pense que é uma condição para sempre. Embora 37% se veja com o mesmo estilo de vida em 2012, a maioria dos entrevistados pela McCann imagina-se com filhos próximos dos cinco anos e 41% põe mesmo a hipótese de casar.

Mário não entra neste último dado estatístico, porque o casamento nunca este nos seus planos – e mesmo filhos só devem aparecer depois de encerrado “o ciclo das noitadas, das viagens e das festas com os amigos”. “Até aos 35 anos, as pessoas querem descobrir, viver, ter experiências. Isso faz com que o individualismo perdure. Depois encerra-se um ciclo. Nessa altura creio que vou estar mais preparado para viver em função do “nós”, em vez da função do “eu”.

João Vale e Filipa Silva, ambos de 31 anos, não querem esperar muito mais. Depois de dois anos de vida em comum, o casal, que trabalha em marketing, resolveu pedir uma licença e partir para uma volta ao mundo que durou oito meses. “Uma opção de vida completamente dinky”, ironizam. Mas quando voltaram, em Dezembro passado, decidiram casar-se. “Para nós, a viagem funcionou como um fechar de um capítulo.”

PS – Artigo inserido na Revista Sábado número 184 (8 a 14 de Novembro 07) e é assinado por Catarina Serra Lopes.

quinta-feira, novembro 01, 2007

Comunicação Global - Síntese teórica

O que é então Comunicação Global?

É a focalização/centralização das marcas que visa uma conceptualização do conjunto de todas as potencialidades de comunicação da empresa. É conseguida através de:

1. Estratégia de construção e capitalização de um território exclusivo da Marca;


2. Definição e operacionalização de uma política integrada e coerente inter-meios. Deve gerir a comunicação nos diversos meios para aproveitar a energia existente entre eles;

3. Permanente integração do conjunto, percebendo se estamos ou não no caminho certo. Avaliação permanente para se corrigirem os desvios.

Um território de Marca constitui a única diferença verdadeira e duradoura para uma empresa. Uma comunicação global é uma filosofia de actuação para a empresa. Para o consumidor é uma nova representação da empresa que a torna claramente identificável, interactiva pela comunicação bidireccional, perceptível e coerente.

A comunicação global através do território de Marca gera um sistema de valores e de referências.

No panorama actual da comunicação cada vez mais as estruturas integradas são uma realidade.

A comunicação global é assim a definição de uma estratégia tendo como instrumento, para a sua definição, um conjunto de técnicas que criam entre si sinergias e interacções. É fundamental existir para cada técnica do Mix de Comunicação, uma coerência e uma correlação entre as técnicas para aproveitar a energia existente entre elas.

A Comunicação Global pode ser a 2 níveis:

. Ao nível do Marketing - Comunicação de Marketing ou Comunicação Comercial, que suporta e apoio a venda de produtos e serviços;

. Ao nível da Empresa - Comunicação Corporativa, Empresarial, Institucional, que legitima a empresa enquanto agente social.

Em ambos é fundamental a integração entre as várias técnicas de comunicação numa lógica Integrada - EGIC - e de acordo com os sub-sistemas de comunicação.

Há 4 sub-sistemas que integram uma Política de Comunicação Global:

1. Sub-sistema de comunicação de pertença – comunicar para partilhar;
2. Sub-sistema de comunicação comercial – comunicar para vender;
3. Sub-sistema de identificação – política de nomes, Marcas, identificação visual e sonora, logótipos, linhas gráficas, ...;
4. Sub-sistema de auditoria e controlo – organização do feed-back.

Publicidade Global - Síntese teórica

Preconiza um determinado nível de standardização/padrão a nível macro (internacional) quer das estratégias de comunicação, quer das próprias campanhas, permitindo pequenas adaptações pontuais.



Fala-se de Marcas Universais – Coca-Cola, Audi, Benetton, Ford, Vodafone, Sony, ...

A Publicidade Global tem de se preocupar com valores universais porque as diferenças entre os países são grandes. É fundamental ter em conta os objectivos e a necessidade de que este tipo de mensagem não colida com os valores instituídos.




Tem de ser uma campanha universal sem entrar em choque com os valores instituídos, o que implica que a campanha seja igual em todo o mundo e que passe a mensagem sem desvirtuar a imagem de Marca e sem a desacreditar, o que pode acontecer caso a mensagem colida com esses valores instituídos.

A Publicidade Global é usada pelas Marcas Universais, que utilizam os mercados mundiais para diluírem os seus custos de produção.

Detectados os valores universais globalmente aceites, desenvolve-se uma campanha mais abrangente e mais complexa que não implica constrangimento, fazendo-se apenas alterações locais, consoante a necessidade de as efectuar ou não.
Ex. Slogan – Always Coca-Cola
Sempre Coca-Cola

Vantagens da Publicidade Global

1. A distribuição em termos universais da mesma comunicação para mercados diferentes só implica ligeiros custos de adaptação, mantendo os custos de produção iguais;



2. O reforço da Marca é resultante da coerência das mensagens difundidas universalmente pelos vários mercados;


3. Este reforço que se liga ao território da Marca permite, em sociedades de mercados abertos, que as Marcas detenham uma Notoriedade e uma força que vai fazer a diferença em termos de concorrência uma vez que acabaram os posicionamentos técnicos. É a imagem de Marca que vende.

Desvantagens da Publicidade Global

1. Países que podem ter regulamentações diferentes que originam entraves à campanha;


2. Legislação que pode criar dificuldades;


3. Diferentes expectativas e diferentes hábitos de consumo dois diferentes mercados, que condicionam a mensagem da Marca e a sua aceitação.

A Publicidade Global é feita apenas por Marcas universais que anunciem no mundo inteiro. Já a Comunicação Global pode ser feita por qualquer Marca.

A Eficácia (ou falta dela) da Comunicação

3 Hipóteses pelas quais o Grupo-Alvo pode não receber com eficácia a mensagem:

1ª Atenção Selectiva – O estímulo não é notado;

2ª Distorção Selectiva – O individuo distorce a mensagem de maneira a que ela esteja de acordo com a sua personalidade. Ouve só o que quer e o que lhe agrada. O que não lhe agrada é posto de lado.

3ª Busca Selectiva (Recall) – Busca permanente de pequenas partes da mensagem que o individuo retém em memória de longo prazo.

O Slogan

Slogan – Frase ou conjunto de palavras curtas, concisas, facilmente memorizáveis, com capacidade de impressionar e que constituem um “Stopper” capaz de chamar a atenção.

Segundo C.Haas:
“Slogan é um aforismo (máxima consignada em poucas palavras) que age por repetição no conjunto de uma campanha publicitária e que encontra lugar, por vezes no final dos anúncios.”

Segundo Galliou:
“Slogan é um texto curto bem entendido, elogioso, carregado de valor sugestivo, fácil de decorar, colocado às vezes à cabeça mas, a maioria das vezes no final do anúncio. Está estreitamente unido ao nome da Marca.”


Características de um Slogan:
· Fórmula especifica associada ao nome de uma só Marca;
· Frase fácil de decorar e repetir;
· Capaz de chamar a atenção (Stopper);
· Capaz de comunicar uma imagem simpática da Marca;
· Frase curta e original;
· Tem sempre associado uma Promessa.

Exemplos:
Nokia. Connecting People.

Nike. Just do it.
Renault. Criamos automóveis.
INP. Escola de Profissões e de Novos Saberes.

O Papel da Publicidade

O Papel da Publicidade por O’Shaugnessy

1. Social Role – Difusão de informação.

2. Advocacy Role Indecision Making – Exercer influência sobre objectivos, crenças e vontades das pessoas.

Formas de exercer a influência

a. Want Conception – Forma de activar uma procura que existe mas que é latente;

b. Want Development – Incrementação dos níveis de consumo através de novas formas de utilização (o telemóvel antes dava para falar, hoje envia mensagens, tem jogos, ..., o que torna as pessoas mais dependentes devido à criação de novas formas de utilização) ou com a intensificação da utilização actual (ao se alargar o buraco do tubo da pasta de dentes leva a um consumo mais rápido da pasta, com o consequente aumento da procura);

c. Want Focus – Focalizar a procura. Converter os consumidores de outras Marcas para a minha. Alterar os critérios de escolha das pessoas;

d. Want Satisfaction – Reter a fidelidade do consumidor para garantir a base de clientes.

3. Papel a desenvolver no Marketing Mix – Em determinados produtos há variáveis motoras com peso maior ou igual à comunicação.
Ex. As marcas prórpias (Jumbo, Carrefour, PD, FN, ...) apresentam como variável motora o preço, enquanto a Coca-Cola apresenta como variável motora a comunicação.


Segundo Leon e Schultz (1980)

“A Publicidade quer na procura primária da classe de produto, quer na secundária (Marca X) tem geralmente uma influência directa e positiva nas vendas. Particularmente no caso da Publicidade visar desenvolver a classe de produto o incremento das vendas não pode ser garantido”.

NOTAS:
- Procura primária – procura de uma classe de produtos que satisfaz uma necessidade.
Ex. Pão. Há muitas Marcas de pão, mas o nome do bem é que conta.

- Procura secundária – Marca.